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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Comentários sobre o filme A Onda.


A Onda é um filme produzido nos Estados Unidos em 1981, e refilmado na Alemanha em 2008.
Ele fala de uma experiência verídica ocorrida numa escola de ensino médio, na cidade de Palo Alto, Califórnia, em 1967.
Durante uma aula sobre o nazismo, uma aluna pergunta: “Como o povo alemão pode ficar impassível diante da morte de milhares de inocentes? Como ninguém sabia? Isto não pode ser verdade!
A pergunta gerou uma crise para o professor de história, Sr. Ross, que não soube responder. Ficou ele dividido entre a busca de uma resposta ou simplesmente desviar o assunto. Porém, durante uma aula na qual aplicou dinâmicas de grupo para explicar o conceito de disciplina, percebeu uma súbita e estranha mudança radical de comportamento em seus alunos... e decidiu explorar a oportunidade com o objetivo de construir a tão procurada resposta.
Prontamente e sem nada questionar, toda a classe foi aderindo aos comandos do Sr. Ross num movimento que tinha como lema: força pela disciplina, força pela comunidade, força pela ação, um movimento que seria como uma onda: um modelo de mudança em movimento, direção e impacto.
O movimento cresceu rapidamente. Os alunos membros d’A Onda passaram a usar uniformes e distintivos, impondo a toda comunidade escolar as idéias do movimento usando a violência se fosse preciso.
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Qual seria o desfecho deste fenômeno?!
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O filme surge do romance A Terceira Onda, de Ron Jones, o professor verdadeiro, hoje com 70 anos. No livro ele narra sua experiência, e a tragédia não retratada no filme: um de seus alunos perde uma das mãos numa explosão acidental de uma bomba caseira que os membros d’A Onda usariam para forçar a adesão da comunidade – neste momento ele percebeu o limite, e a necessidade de abortar a experiência.
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Discurso do prof. Ross na cena final de “A Onda”

Vocês pensaram que eram especiais, melhores do que qualquer um fora desta sala. Trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Aceitaram a vontade do grupo acima de suas próprias convicções, não importa quem ferisse.
Pensaram que isso era só um passeio do qual iam se desligar a qualquer momento... mas para onde rumavam? Até onde vocês iriam?
Olhem para o seu futuro! (multidão saudando Hitler)
É... todos vocês teriam dado bons nazistas. Iam vestir aquela farda, virar a cabeça, e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos.
O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo, em todos nós.
Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhões de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegou que não estava envolvido? O que faz um povo renegar sua própria história? Pois se é que a história se repete, vocês todos vão querer negar o que se passou com vocês n’A Onda. Mas se nossa experiência for um sucesso, terão aprendido que somos todos responsáveis pelos nossos atos. E que vocês devem se interrogar o que fazer, em vez de seguir cegamente um líder. E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais.
Eu sei que isto foi penoso para vocês, como foi também para mim. Mas é uma lição que partilharemos pelo resto da nossa vida.

Prof. Douglas Gregorio.

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Na foto de 2008, o verdadeiro Sr. Ross, o prof Ron Jones, hoje poeta e escritor, aparece à esquerda. Ao centro, a atriz Jennifer Ulrich, a Laurie, Karo na versão alemã, e à direita o diretor Dennis Gansel.
DICA: você gostaria de fazer contato com o próprio Sr. Ross, prof. Ron Jones na vida real? Trocar idéias, dizer que assistiu A Onda e debateu com os colegas a experiência por ele vivida? Gostaria de trocar mensagens com os ex-alunos do prof. Ron Jones que participaram d'A Onda na vida real?
Não custa tentar...e exercitar o inglês.
Peça uma força ao professor de inglês, visite o website do prof. Ron Jones - lá você vai encontrar todos estes contatos:

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