UM BLOG PEDAGÓGICO E CULTURAL A SERVIÇO DE ESTUDANTES, PROFESSORES, PESQUISADORES E INTERESSADOS EM GERAL.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Resumo de Aula - POLÍTICA.

Política é uma palavra grega. A palavra grega polis significa cidade. Político, significa cidadão, e então, política, cidadania.
Na Grécia desenvolveram-se as raízes culturais da nossa civilização, e entre estas raízes, o modelo de organização política e social. Na democracia grega, aproximadamente 300 anos antes de Cristo, os cidadãos se reuniam na praça central da cidade, chamada de ágora, para decidirem os rumos da administração pública através de debates e votações.
É claro que nas proporções das nossas cidades e países atuais é impossível nos dias de hoje governar como na Grécia Antiga, através da democracia direta. Então, governamos através de nossos representantes eleitos.
Aristóteles, um dos principais sábios de nossa cultura que viveu na Grécia democrática, ao estudar a natureza humana classificou-nos como zoon politicon, ou seja, animais políticos.
Então, a CIÊNCIA POLÍTICA fez deste processo social, o processo das relações de PODER, seu objeto de estudo.
Alguns chamam a política de jogo. E talvez ela seja mesmo, uma atividade que exige estratégia, planejamento, conhecimento dos movimentos possíveis e assim por diante. O famoso jogo de Xadrez pode ser visto como uma metáfora da política.
O jogo ocorre segundo regras pré-determinadas, e vencerá aquele que tiver maior domínio das técnicas e maior habilidade em lidar com as estratégias, assim como é na política real. Além disso, cada uma das peças representa um segmento ou instituição social: a rainha, a mais poderosa das peças, representa a nação em si, enquanto o rei representa o governo; a cruz sobre a coroa do rei denuncia a cultura de nossa civilização, a ocidental-cristã. Assim como o rei do xadrez deve ser o governo: dar passos cautelosamente curtos e planejados, obtendo apoio e proteção de todas as demais peças – os segmentos sociais. Os bispos, como não poderiam deixar de ser, representam o clero e seu movimento diagonal mostra que um governo jamais pode ignorar o poder religioso que sempre entrecruza as ações políticas. Os cavalos possuem força e agilidade para saltar sobre todas as demais peças em defesa de sua nação – as forças militares. Já as torres, que antigamente abrigavam as bibliotecas nos castelos e mosteiros, representam a cultura e o conhecimento, a intelectualidade que sempre está na retaguarda das ações políticas, vigilantes, por isso ocupam as extremidades do tabuleiro e se deslocam em ângulos retos – fechando o quadrado que representa o poder. Os peões por sua vez são as peças mais simples e de movimentos mais limitados, porém mais numerosas e são utilizadas para se provocar e induzir o adversário a mostrar as suas estratégias – a massa popular manipulada pelo poder político. Os segmentos sociais, quanto mais poderosos, mais próximos ao rei se posicionam, e quanto menos poderosos, mais distantes, o que denuncia também a divisão da sociedade em classes. Todos estes segmentos têm peso e função determinada no jogo, e a ausência de um deles vai gradativamente enfraquecendo a força política em contenda, até que a sobreposição de uma sobre outra se dá com a derradeira derrubada do rei – xeque-mate, fim do governo.
Enfim, a gestão do poder, ou seja, a arte de governar, pode-se resumir a uma questão: como tomar as decisões que sejam as melhores para todos? Como conciliar os mais diversos interesses?
OLIGARQUIA é um dos conceitos mais importantes para se entender a política. Uma oligarquia consiste num determinado grupo que representa segmentos poderosos da sociedade, organizados para exercer maior influência possível sobre as decisões políticas, forçando a balança a pender em favor de seus interesses. Exemplos de oligarquias são as organizações que reúnem proprietários rurais, industriais, banqueiros, clero, sindicalistas entre outras.
ESTADO (com E maiúsculo) é um conceito dos mais importantes para a compreensão da ciência política. Consiste num conjunto de instituições permanentes através das quais o governo exerce o poder. As repartições públicas especializadas em como a educação, a gestão econômica, a produção de energia, saúde etc. são exemplos de instituições estatais.
Para que haja equilíbrio de decisões entre as diversas forças que compõe o Estado instituiu-se depois da Revolução Francesa a divisão do poder em três segmentos. O poder legislativo escreve as leis, o judiciário as aplica através de julgamentos e o executivo zela para que administrativamente estas leis funcionem. Caso ocorram abusos ou omissões em qualquer desses poderes, qualquer um dos demais pode interferir e impor punições, exigindo responsabilidade.
No Estado monárquico o rei acumulava os três poderes, e entendeu-se que esta situação não gerava uma organização social participativa que atendesse da melhor forma possível a conciliação de interesses diversos. Por isso, este tipo de Estado caiu em desuso, e quando nos dias de hoje algo assim ocorre – um grupo ou pessoa acumulando os três poderes – temos aquilo que se chama de ditadura.
Na política ocorre um fenômeno chamado de IDEOLOGIA, que vem a ser a efetivação de um determinado conjunto de idéias, valores e imagens que atravessam todas as relações sociais impondo-se como padrão, determinando decisões, comportamentos e critérios de decisão.
A ideologia mais influente na política brasileira é a liberal-burguesa. Em países como Cuba, China e Coréia do Norte é a socialista.
O Estado brasileiro é um Estado democrático, onde ocorrem eleições diretas para todos os principais cargos executivos e legislativos. A democracia só se aperfeiçoa com a prática. Um povo que pratica a democracia vai, com o tempo, acumulando experiências positivas e negativas, e com isso vai gradativamente educando-se para bem usar o poder do voto, evitando assim que aproveitadores se façam passar por amigos do povo para usufruir do poder em favor próprio ou de grupos e oligarquias que os sustentam.
Aperfeiçoar a democracia buscando progresso e evolução pode custar a uma sociedade décadas ou mesmo séculos de aprendizado, como o tem sido para o povo brasileiro que retomou a construção da democracia com o fim do regime militar na década de 80.

Nenhum comentário:

Postar um comentário