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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Resumo de aula - tecnologia e controle social.

As pessoas, na atualidade, vivem em meio a uma verdadeira selva de recursos eletro-eletrônicos.
Votar, pagar contas, fazer compras, marcar encontros, trabalhar, informar-se, controlar as finanças pessoais, comunicar-se... cartões, chips, senhas, códigos, sites, blogs etc.
Estamos cercados pela tecnologia por todos os lados.
Ao providenciar a emisão de sua cédula de identidade, o cidadão fornece ao estado cópias eletrônicas de suas impressões digitais; utilizará uma caneta e superfície especial e digitalizará sua marca pessoal e instransferível: a assinatura. Todos os seus dados: nome completo, endereço, profissão, sinais particulares, características físicas, histórico pessoal, social, acadêmico e profissional estão em algum lugar na "nuvem" (nome dado às hospedagens de dados e arquivos pessoais no mundo virtual), controlados por algum tipo de sistema.
Você já parou para pensar que, se todas estas informações encontra-se dentro de um sistema controlado... existe uma possibilidade concreta de um dia você deparar-se com documentos falsos emitidos em seu nome, compras e negociações as quais você desconhece totalmente assinadas por você, e não seria impossível você simplesmente deixar de existir perante a sociedade.
Isso nos leva a entender o porque que o controle das informações são uma questão de PODER; quanto mais então, este poder estiver controlado pelo APARELHO DO ESTADO, maior será o alcance do mesmo sobre a nossa vida privada.
George Orwell em seu livro 1984 lançou uma crítica ao Estado opressor e totalitário dirigido por Joseph Stálin na extinta União Soviética. No romance falou ele de um lugar onde a liberdade individual e a privacidade simplesmente não existiam porque, com a ajuda da tecnologia, o Big Brother, ou seja, o Estado, controlava a vida de cada um em seus mais íntimos detalhes, atingindo as raias do controle do pensamento.
Em nome da segurança pública, câmeras e radares são espalhadas pelo Estado pelos mais variados lugares públicos - tal como aparecia no livro de Orwell.
Obras como Eu, Robô de Isaac Asimov, Blade Runner - o Caçador de Andróides, de Ridley Scott, 2001 Odisséia no Espaço de Stanley Kubrick nos falam deste conflito entre o homem e a tecnologia na sociedade contemporânea... e talvez nenhum outro tenha sido tão ousado como a Trilogia Matrix dos irmãos Wachovsky.
O filme Tropa de Elite 2 de José Padilha demonstra como na sociedade e no Estado brasileiro as elites corruptas não hesitam em lançar mão do aparelho do Estado e dos recursos tecológicos de informação, espionagem e monitoramento para exercer o controle das relações sociais com finalidades imorais, e mesmo criminosas, e mostra como este sistema corrupto de controle social sobrevive de sua própria corrupção, e como que, mesmo as pessoas bem intencionadas são enganadas e seus bons propósitos revertidos e manipulados, não raro usando-se a tecnologia como ferramenta.
Assim, o cidadão se torna refém de um aparelho virtual que é o Estado, que parece vivenciar a apologia da corrupção e estar acima de qualquer homem, já que, da noite para o dia, líderes até então tremendamente poderosos, são sumariamente eliminados.
E então, como vivenciar o direto de liberdade cidadã frente a este eterno conflito do controle social, hoje mais que nunca fortalecido e incrementado pelas tecnologias digitais de informação e comunicação?!

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