UM BLOG PEDAGÓGICO E CULTURAL A SERVIÇO DE ESTUDANTES, PROFESSORES, PESQUISADORES E INTERESSADOS EM GERAL.



quinta-feira, 22 de março de 2012

CONHECIMENTO CIENTÍFICO.

O conhecimento científico surgiu da necessidade do ser humano querer saber como as coisas funcionam ao invés de apenas aceitá-las passivamente. Com este tipo de conhecimento o homem começou a entender o porquê de vários fenômenos naturais e com isso vir a intervir cada vez mais nos acontecimento ao nosso redor. Este conhecimento se bem usado é muito útil para humanidade, porém se usado incorretamente pode vir a gerar enormes catástrofes para o ser humano e tudo mais ao seu redor. Usamos como exemplo a descoberta pela ciência da cura de uma moléstia que assola uma cidade inteira salvando várias pessoas da morte, mas também, destruir esta mesma cidade em um piscar de olhos com uma arma de destruição em massa criada com este mesmo conhecimento.

CIÊNCIA & MÉTODO – VISÃO HISTÓRICA
Tivemos no século passado dois momentos marcantes para a humanidade. O primeiro ocorreu no início do século quando cientistas conseguiram provar teorias através de observações astronômicas, que muitos consideravam incoerentes, pois contrariavam princípios já há muito tempo enraizado sobre nosso espaço exterior. O segundo aconteceu em meados da década de quarenta quando, infelizmente, descobrimos o real poder de uma bomba nuclear. O que foi um enorme avanço em nossa ciência, que se não usado para meios pacíficos, pode destruir totalmente o mundo que conhecemos.
O homem usa a ciência para tentar explicar suas perguntas de como as coisas acontecem ao seu redor. Com isto tenta-se criar novas tecnologias para termos um mundo melhor em que vivamos. Existem campos da ciência que trazem benefícios incalculáveis para o homem com o as comunicações, medicina, informática e muitos outros. Usa-se isto para a tomada de ações e decisões o que nos faz viver em uma sociedade baseada no conhecimento. Uma nação que quer ser forte não basta sê-la belicamente e monetariamente, necessita ter também um grande controle do conhecimento científico. Porém se temos um grande conhecimento e não usarmo-lo corretamente poderemos estar indo para o caminho errado.
CIÊNCIA & MÉTODO
Existem várias concepções de ciência divididas em períodos históricos cada uma com sua peculiaridade, podemos relacioná-las da seguinte maneira:
  • Ciência Grega - Século VII AC até final do século XVI.
  • Ciência Moderna - Século XVII até final do século XIX.
  • Ciência Contemporânea - Início do século XX até os dias de hoje.
1 - CIÊNCIA GREGA
Conhecida como filosofia da natureza tinha como preocupação a busca do saber a compreensão da natureza das coisas e do homem. Conhecimento este desenvolvido pela filosofia que hoje é distinta da ciência.
Os pré-socráticos deixaram de lado a mitologia, que na sua concepção, os fenômenos ocorriam devido a forças espirituais e sobrenaturais (Deuses) e inseriram a idéia de que existe uma ordem natural no universo não influenciado pelos “Deuses”.
No modelo platônico o real não está na experiência adquirida nos fatos e fenômenos adquiridos pelos sentidos. Para eles o verdadeiro mundo é o que está nas idéias, o que nos fornece o que são as coisas é a inteligência conseguida através da busca da verdade com o diálogo, ou lógica desenvolvida por teses.
Já para Aristóteles a conhecimento deve-se ter uma justificativa lógica, devem-se apresentar argumentos verdadeiros para sustentarem os princípios, pois nenhum efeito ou atributo poderia existir se não estivesse ligado a alguma causa. Dessa forma este modelo propõem uma ciência que produza conhecimento fiel à realidade por estar amparado no observável e pela sua característica de necessidade.
2 - CIÊNCIA MODERNA
Durante o renascimento onde se introduziu a experimentação científica modificou-se radicalmente a compreensão e concepção teórica de mundo, ciência, conhecimento e método. Conforme Bacon a natureza é mestra do homem e para dominá-la era preciso obedecê-la. Para isto era necessária a indução experimental cuidando de várias coisas que ainda não aconteceram e depois de posse das informações concluir a respeito dos casos positivos. Isto passou a ser conhecido como método científico e deveria seguir os seguintes passos:
  • Experimentação
  • Formulação de hipóteses
  • Repetição da experimentação por outros cientistas
  • Repetição do experimento para testagem das hipóteses
  • Formulação das generalizações e leis
A revolução científica moderna foi idealizada por Galileu Galilei ao introduzir a matemática e a geometria como linguagens da ciência e o teste quantitativo experimental e com isto estipular a chamada verdade científica. A visão do universo por Galileu era de um mundo aberto, unificados, deterministas, geométricos e quantitativos diferente daquela concepção aritostélica, impregnada pelos resquícios das crenças míticas e religiosas. Com isto Galileu estabeleceu o domínio do diálogo científico, o diálogo experimental, que era o diálogo entre o homem e a natureza. O homem deveria, com sua razão e inteligência teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia responder se concordava ou não com o modelo sugerido.
Newton, dando uma interpretação diferente da de Galileu, afirmava que suas leis e teorias eram tiradas dos fatos, sem interferência da especulação hipotética. Esse seria o método ideal, através do qual se poderia submeter à prova, uma a uma, as hipóteses científicas. Assim criou-se o método científico Indutivo-Confirmável, com pequenas variações, no seguinte formato:
  • Observação dos elementos que compõem o fenômeno.
  • Análise da relação quantitativa existente entre os elementos que compõem o fenômeno.
  • Introdução de hipóteses quantitativas.
  • Teste experimental das hipóteses para verificação confirmabilista.
  • Generalização dos resultados em lei.
O sucesso das aplicações de Newton no decorrer de três séculos gerou uma confiabilidade cega neste tipo de ciência que fez com que, não apenas as ciências naturais, mas também as sociais e humanas, procurassem esse ideal científico e o aplicassem para ter os mesmos resultados.
3 - CIÊNCIA CONTEMPORÂNEA
No início do século XX as idéias de Einstein e Popper revolucionaram a concepção de ciência e método científico. Os princípios tidos com incontestáveis no século passado foram cedendo seu lugar à atitude crítica. A partir deles desmistificou-se a concepção de que método científico é um procedimento regulado por normas rígidas que o investigador deve seguir para a produção do conhecimento científico. Sendo assim, há tantos métodos quantos forem os problemas analisados e os investigadores existentes.
Na ciência contemporânea, a pesquisa é resultado decorrente da identificação de dúvidas e da necessidade de elaborar e construir respostas para esclarecê-las. A investigação científica desenvolve-se porque há necessidade de construir uma possível resposta ou solução para um problema, decorrente de algum fato ou conjunto de conhecimentos teóricos.
A ciência atual reconhece que não existem regras para uma descoberta, assim como não há para as artes. A atividade do cientista é semelhante a do artista. Os pesquisadores podem seguir caminhos diversos para chegar a uma conclusão.
Analisando a história da ciência, constata-se que muito de seus princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas conjeturas ou de novos padrões. Aconteceu quando Galileu modificou parte da mecânica de Aristóteles e Einstein fez o mesmo com Newton.
A concepção contemporânea da ciência está muito distante das visões aristotélica e moderna, nas quais o conhecimento era aceito como científico quando justificado como verdadeiro. O objetivo da ciência ainda é o de criar um mundo cada vez melhor para vivermos e atingir um conhecimento científico sistemático e seguro de toda realidade.
A ciência demonstra ser uma busca, uma investigação, contínua e incessante de soluções e explicações pra os problemas propostos.
Autoria: Marcos Antônio

sexta-feira, 16 de março de 2012

Hoje começo esta nova caminhada junto à FMU, trabalhando com o curso de Publicidade. Foco nas metas, mãos à obra e vamos adiante. Aluno da FMU, seja muito bem-vindo ao Kafenacoca.

sábado, 3 de março de 2012

ARISTÓTELES - VIDA E OBRA.

ARISTÓTELES.

Aristóteles nasceu em 384 a.C. em Estagira, na Magna Grécia, região da Macedônia, e morreu em 322 a.C. em Caleis, na Eubéia.

Seu pai Nicômaco, médico da corte macedônica, o envia para Atenas aos dezoito anos. Ingressa na Academia, tornando-se um dos mais brilhantes discípulos de Platão, nela permanecendo até a morte do mestre vinte anos depois.

Foi preceptor (educador) de Alexandre Magno, imperador da Macedônia, quando este ainda era o príncipe Alexandre, filho do rei Filipe II.

Após a morte de Platão viaja a estudo por várias localidades do mundo conhecido na época, muitas vezes acompanhando as campanhas militares de Alexandre, delas se aproveitando para realizar pesquisas cientificas.

Quando não acompanhava Alexandre, dele recebia em Atenas exemplares de animais, plantas e minerais coletados para estudo durante suas campanhas militares em terras distantes.

Ao empreender suas violentas conquistas sobre as cidades do mundo grego, Alexandre tinha por hábito não deixar sequer uma construção em pé, exceto apenas,as casas dos filósofos, dada a influência do mestre sobre o belicoso, porém intelectualmente sensível imperador.

Após a morte de Alexandre, Aristóteles, que era estrangeiro em Atenas e aliado do falecido dominador, foi levado a julgamento sob pretexto de desrespeito aos costumes religiosos.

Condenado, parte para o exílio alegando estar evitando o segundo atentado contra a filosofia (o primeiro havia sido a morte de Sócrates), vindo a falecer um ano depois, em 322 a.C.

Elaborou primorosos trabalhos nas áreas da física, astronomia, zoologia botânica entre outros. De suas obras nos restaram as anotações das aulas que ministrava no Liceu, escola fundada por ele em Atenas, semelhante à Academia com a qual passou a rivalizar. Seus escritos só foram organizados bem após a sua morte.

Uma de suas maiores contribuições para a filosofia se deu na lógica. Seus estudos neste campo permanecem válidos até os dias de hoje.

  A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES

Platão, que havia sofrido a influência dos pitagóricos, tomava a metafísica (matemática) como ponto de partida para a Filosofia. Aristóteles respeita o seu trabalho, porém, o julga insuficiente pelo fato de que Platão não apresenta uma explicação satisfatória para os fenómenos e seres do mundo sensível.

A lógica de Aristóteles consiste numa aprimorada técnica de analise da realidade, calcada no grau de identidade que os seres teriam com as figuras da linguagem (palavras, orações, expressões entre outras) que usamos quando nos referimos a eles.

Quando elaboramos uma afirmação, devemos respeitar certas regras para que ela se aproxime em maior grau possível da verdade, evitando que juízos habilmente trabalhados com a intenção de esconder a realidade nos enganem.

A este conjunto de regras lógicas que regem a linguagem chamamos de órganon (instrumento). O órganon não é o conhecimento, mas sim um condição para o mesmo.

Pelo órganon, as palavras devem ser classificadas em categorias, ou seja, segundo a sua função.

A principal categoria é a substância, que indica o objeto sobre o qual se afirma algo, gramaticalmente, o sujeito da oração.

Por exemplo: árvore frondosa - Árvore é a substância.

Há, por exemplo, categorias de quantidade: a árvore possui centenas de folhas; de qualidade: frondosa; de lugar: a árvore está na floresta, entre outras.

As proposições podem ser:

- Universais: toda árvore é um vegetal ou nenhuma árvore é animal;

- Particulares: algumas árvores são frutíferas ou algumas árvores não são frutíferas;

- Singulares: a árvore que está plantada em frente a minha casa é um ipê.

Também há as proposições de gênero: árvores e cactos são vegetais; de espécie: fungos são vegetais sem clorofila. Gênero e espécie definem a essência.

Propriedade indica algo que se refere a um grupo de substâncias que não lhe é essencial. Por exemplo: algumas árvores podem produzir frutas.

Acidente refere-se á uma particularidade de uma substância, sem alterar a sua essência, por exemplo: a árvore está desfolhada.

O principal principio da lógica de Aristóteles é o principio de identidade ou da contradição ou ainda da não-contradição. Por exemplo, a árvore frondosa não pode ser árvore desfolhada ao mesmo tempo. É o mesmo principio elaborado por Parmênides, só que aprimorado.

Um ser pode possuir um determinado atributo, o qual não pode pertencer e não pertencer a este ser ao mesmo tempo e sob a mesma relação.

A partir deste principio, nossas afirmações vão se reunindo e formando o nosso conhecimento.

A lógica Aristotéiica possui uma outra regra chamada de silogismo, palavra que significa cálculo ou raciocínio.

O exemplo mais clássico de silogismo é: 

                      - Todo homem é mortal.                       Premissa (juízo) maior. 

                      - Sócrates é homem.                             Premissa (juízo) menor. 

                      - Logo, Sócrates é mortal.                     Conclusão.

 
            A metafísica.

As nossas sensações levam as impressões (imagens) que temos dos seres particulares para, o nosso intelecto. Cabe a este separar o acidente da essência, ou seja, se eu observo um conjunto com vários tipos de seres da mesma espécie, cabe ao meu intelecto definir a essência desses seres que é única, e não múltipla.

Por exemplo, ao observar um bosque (conjunto) com vários tipos diferentes de árvores (seres da mesma espécie), a minha sensação (contato visual) levará as impressões (imagens) para o meu intelecto.

Uma oliveira é uma árvore, mas nem toda árvore é uma oliveira. A essência do ser árvore é algo imaterial (metafísico), só definivel no nosso intelecto, á medida em que podemos determinar algo em comum entre as oliveiras, nogueiras, coqueiros, sicômoros etc. A esta essência chamamos de conceito.

Somente em domínio destes conceitos podemos garantir uma base sólida para as demais ciências, as quais só se ocupam de aspectos particulares da realidade. Por este motivo, Aristóteles chamou à metafísica de Filosofia Primeira.

            Ato e potência - as quatro causas.

Mas, como o mestre Platão também afirmava, o mundo sensível está em constante transformação. Aristóteles vai aprofundar os estudos sobre este mundo sensível, desenvolvendo as noções de ato e potência. O que isto significa?

Ato refere-se ao estado atual do ser, tal como o percebo no espaço e no tempo, e potência refere-se ao que ele pode vir a se transformar, sem afetar a sua essência. Por exemplo: uma árvore em ato é lenha para uma fogueira em potência.

A passagem entre os estado atual e potencial possui uma causa, que, segundo Aristóteles, se desdobra em quatro fases.

                  Causa material - a árvore é composta de madeira; 

                  Causa formal - a forma de uma árvore propriamente dita;

                  Causa eficiente - o lenhador derruba a árvore e reparte os toros; 

                  Causa final - a madeira é queimada.

- A causa primeira:

Toda causa é efeito de uma causa anterior, porém, se tudo tem a sua causa, onde todo o processo da existência teria tido o seu inicio? Ora, Aristóteles pressupõe a existência de uma causa primeira, a causa não causada origem de todas as causas.

Não sendo causada, deve ser imóvel, pois tudo o que se move tem uma causa anterior, nem possui potencialidades, uma vez que não se move (entenda-se, não se transforma). Forma pura, ato puro sem potência, é o primeiro motor do universo.

Esta é a definição que Aristóteles apresenta acerca de Deus.

PLATÃO VIDA E OBRA.

O MITO DA CAVERNA - VERSÃO CIBERNÉTICA.


O vídeo fala de um breve histórico de Platão e a Academia, depois comenta o texto clássico, retoma-o na versão em quadrinhos de Maurício de Souza, indo até as influências na trilogia Matrix, e finaliza com a contextualização nos dias atuais. Trilha sonora de Kraftwerk, POD e Marilyn Manson. Imagens de Corbis e Google. Agradecimentos à ECA-USP, Grupo Cibernética Pedagógica, escolas e estudantes que participaram da produção e aos vídeos similares sobre o tema, disponíveis no Youtube, onde várias idéias serviram de inspiração.

O MITO DA CAVERNA.

           O texto a seguir é um extrato do livro VII de A República. Neste texto ocorre um diálogo entre Sócrates e Glauco, que constitui aquele que talvez seja o mais famoso texto filosófico da tradição ocidental. Trata-se de uma tradução do grego para o português lusitano erudito, assim, surgirão diversas palavras, expressões e grafias que são desconhecidas ao português brasileiro coloquial. De certa forma, este texto resume todo o sistema filosófico de Platão, o que justifica a sua fama.
                                                           Prof. Douglas Gregorio, março de 2012.

           [...] Depois disto — prossegui eu — imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no género dos tapumes que os homens dos «robertos» colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.

          Estou a ver — disse ele.

          Visiona também ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objectos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de lavor; como é natural, dos que os transportam, uns falam, outros, seguem calados.

          Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que tu falas — observou ele.

          Semelhantes a nós — continuei.
          Em primeiro lugar, pensas que, nestas condições, eles tenham visto, de si mesmo e dos outros, algo mais que as sombras projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna?

          Como não — respondeu ele — se são forçados a manter a cabeça imóvel toda a vida?

          E os objectos transportados? Não se passa o mesmo com eles?

          Sem dúvida.

          Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não te parece que eles julgariam estar a nomear objectos reais, quando designavam o que viam?

          É forçoso.

         E se a prisão tivesse também um eco na parede do fundo? Quando algum dos transeuntes falasse, não te parece que eles não julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?

         Por Zeus, que sim!

         De qualquer modo — afirmei — pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objectos.

         É absolutamente forçoso — disse ele.

         Considera pois — continuei — o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objectos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objectos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objectos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificul­dades e suporia que os objectos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam?

          Muito mais — afirmou.

         Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objectos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?

         Seria assim — disse ele.

         E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho rude e íngreme, não o deixassem fugir antes de o arrastarem até à luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por ser assim arrastado, e, depois de chegar à luz, com os olhos deslumbrados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objectos?

        Não poderia, de facto, pelo menos de repente.

        Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objectos, reflectidas na água, e, por último, para os próprios objectos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia.

        Pois não!

        Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas a ele mesmo, no seu lugar.

        Necessariamente.

        Depois já compreenderia, acerca do Sol, que é ele que causa as estações e os anos e que tudo dirige no mundo visível, e que é o responsável por tudo aquilo de que eles viam um arremedo.

         É evidente que depois chegaria a essas conclusões.

          E então? Quando ele se lembrasse da sua pri­mitiva habitação, e do saber que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crês que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?

        Com certeza.

          E as honras e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prémios para o que distinguisse com mais agudeza os objectos que passavam, e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer — parece-te que ele teria saudades ou inveja das honrarias e poder que havia entre eles, ou que expe­rimentaria os mesmos sentimentos que em Homero, e seria seu intenso desejo «servir junto de um homem pobre, como servo da gleba» (Odisséia XI 489-490 – lamento da sombra de Aquiles quando Odisseus o felicita por continuar a ser rei no Hades) e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e viver daquele modo?

        Suponho que seria assim — respondeu — que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.

         Imagina ainda o seguinte — prossegui eu — se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?

        Com certeza.

          E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre pri­sioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a vista — e o tempo de se habituar não seria pouco — acaso não causaria o riso, e não diriam dele que, por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

        Matariam, sem dúvida — confirmou ele.

        Meu caro Gláucon, este quadro — prossegui eu — deve agora aplicar-se a tudo quanto dissemos anterior­ mente, comparando o mundo visível através dos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força do Sol. Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomares como a ascensão da alma ao mundo inteligível, não iludirás a minha expectativa, já que é teu desejo conhecê-la. O Deus sabe se ela é verdadeira. Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública. [...]

            PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987, p. 317 a 321.

PLATÃO.

Platão, aluno de Sócrates, viveu entre 427(7) e 347 a.C. na Atenas democrática. É considerado por muitos como o maior filósofo de todos os tempos.

Atleta, ele dedicava-se ao esporte que hoje conhecemos por luta greco-romana. Seu verdadeiro nome era Arístocles, mas ficou conhecido pelo apelido esportivo, Platão, que significa homem de ombros largos.

Após a morte de Sócrates a democracia ateniense entrou em decadência, e com ela o prestígio de Platão, cuja família havia assumido o papel de oposição ao poder estabelecido. Assim sendo, Platão retira-se de Atenas e empreende uma série de viagens de estudos.

Visita a Magna Grécia (oeste da Ásia) onde trava contato com os pitagóricos, estudando a matemática, a música, a astronomia e a geometria. Em Siracusa (Itália), trabalha como assessor político dos governantes locais, seus parentes, mas não obtém sucesso.

Fundou em Atenas uma famosa escola, a Academia, em cuja porta escreveu o lema de inspiração pitagórica: Não entre se não souber geometria. A Academia era uma espécie de irmandade de caráter próximo ao místico, onde se estudava a matemática, a geometria, a música, a astronomia, se praticava o esporte e principalmente se estudava a Filosofia – percebe-se aqui, claramente, a influência de Pitágoras.

A Academia foi uma escola tão importante que sobreviveu por quase oitocentos anos após a morte de seu fundador.

Platão escreveu uma vasta obra, embora grande parte tenha se perdido entre os séculos e as guerras.

A maioria de seus livros foram escritos em forma de diálogo, Platão escreveu dezenas deles, na maioria dos quais Sócrates aparece como o personagem principal. Os seus diálogos mais famosos são A República, no qual ele desenvolve sua teoria política; O Banquete, é o diálogo onde trata do conceito de amor.

Platão foi o primeiro filósofo a elaborar um grande sistema de conhecimento, o qual serve de modelo para cientistas, artistas, políticos e filósofos até os dias de hoje de forma marcante, apesar disto muitas vezes passar desapercebido. Por exemplo, o ex-presidente da França, Charles de Gaulle tinha A República como livro de cabeceira.
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A FILOSOFIA PLATÔNICA.
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O conjunto das obras de Platão, mesmo tendo chegado incompleto até nós, representa uma fonte de inúmeros temas que geram, até os dias de hoje, vários campos de investigação filosófica.
A teoria das idéias.

O sistema filosófico platônico baseia-se numa cosmologia que afirma: tudo o que existe é basicamente composto de duas partes - a aparência e a essência.

A este duplo caráter da existência chamamos de dualismo platônico.

A característica básica daquilo o que for aparência é a transformação.

A característica básica daquilo o que for essência é a permanência.

As aparências situam-se no mundo sensível (físico), e as essências no mundo inteligível (metafísico).

No mundo sensível, os homens definem como verdade aquilo que percebem como formas da realidade, o que não passa de apenas aparências. Disto decorrem as divergências de opiniões, as quais podem refletir interesses particulares de quem as defende, o que relega o conhecimento sensível ao plano das ilusões.

Assim, a verdade não pode jamais ser encontrada no mundo das aparências. O verdadeiro conhecimento das essências seria a ciência. Os conhecimentos da ciência encontrariam sua forma mais perfeita, isto é, verdades únicas e imutáveis, na matemática, sobre as quais não haveriam divergências, sendo possível assim se estabelecer a suprema verdade e o supremo bem.

Este mundo, o mundo das essências, o mundo supra-sensível ou inteligível seria para Platão o verdadeiro mundo real.

Por exemplo: tomemos vários objetos de um mesmo tipo - árvores - flamboyants, salgueiros, palmeiras etc. Todos eles possuem uma aparência distinta, acerca da qual nossas opiniões podem divergir - a mais bonita, a mais útil, entre outras. Porém, todas elas possuem a mesma essência - ser árvore - verdade sobre a qual seria um absurdo discordar.

Assim sendo, todo o nosso conhecimento, em todo e qualquer campo, só terá valor verdadeiro se abandonarmos as opiniões ilusórias do mundo sensível e buscarmos as essências reais no mundo inteligível.

As sensações e as formas do mundo sensível não são permanentes e estão longe de serem a verdade porque se degeneram (nada do que é material é eterno), sendo apenas imitações das verdades eternas do mundo inteligível, as quais não podem ser destruídas por nenhuma força conhecida.
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A teoria política platônica: o ideal do Rei-Filósofo.

Platão era filho da aristocracia ateniense e inimigo da democracia. Para Platão, a democracia abria margem a uma série de problemas, entre eles a manipulação das leis e dos recursos do Estado para interesses particulares, e deu como exemplo a injusta condenação de Sócrates.

Cabe lembrar que a democracia ateniense tinha um sentido muito diferente do que significa democracia nos dias atuais. Na Atenas de Platão, somente poucos homens tinham o título de cidadão, com direitos políticos. A grande maioria da população era composta por jovens, mulheres, estrangeiros e escravos que não tinham direitos políticos, ou seja, apesar do ideal de dividir as decisões entre todos através do voto, na prática apenas uma elite privilegiada tinha direitos democráticos.

Em conformidade com sua teoria das idéias, Platão afirmava que o homem é composto de corpo e alma, sendo o corpo corruptível e a alma eterna. Esta alma teria sua origem no mundo metafísico, ou mundo das idéias como Platão o chamava. Neste mundo metafísico, onde existiam as idéias perfeitas e imutáveis e o supremo bem, as almas teriam contato, em maior ou menor grau, com a verdade suprema.

Assim, ao nascerem, os indivíduos seriam divididos em três classes sociais.

Ao nascer com a alma nos membros, ou alma apetitiva, estes indivíduos estariam destinados a ser os escravos, artesãos, camponeses e demais trabalhadores braçais. Suas almas teriam tido pouco contato com as idéias perfeitas, e assim não eram possuidores de conhecimento suficiente para governar, estando destinados, portanto, a trabalhar e produzir materialmente tudo o necessário para o sustento do Estado, e, por conseguinte, não poderiam ter direitos políticos – a eles caberia obedecer e servir.

Ao nascer com a alma no peito, ou alma colérica, estes indivíduos constituiriam a força pela qual não somente os excessos apetitivos da classe dos trabalhadores braçais seriam contidos, mantendo-se assim a ordem social, como também, pela sua faculdade colérica, esta força exerceria o papel de proteger a sociedade de ameaças externas. Trata-se da classe dos guerreiros, que se colocam numa posição intermediária, cuja alma teve um contato maior com as idéias perfeitas, mas não o suficiente para governar. Assim como a classe anterior, não teriam direitos políticos senão obedecer e servir.

Enfim, ao nascer com a alma na cabeça, ou alma racional, estes indivíduos teriam tido um grau elevado de contato com as idéias perfeitas e, portanto, teriam o domínio do conhecimento pleno. Obviamente, a eles caberia a função de governar e decidir, já que somente eles teriam a capacidade de trazer para o plano sensível os mais elevados valores morais, pois ao contrário das duas classes anteriores, não estariam sujeitos à ilusão dos sentidos e não se deixariam levar pelas aparências em suas decisões, cabendo aos mesmos a função de educar a sociedade como magistrados, ou reis-filósofos.

VÍDEO - SÓCRATES VIDA E OBRA.

SÓCRATES.

Sócrates, o nome mais famoso de toda Filosofia Ocidental, nasceu em Atenas no ano de 470 a.C. aproximadamente. Filho de um escultor e de uma parteira, tornou-se um dos cidadãos mais famosos na Atenas democrática. Era conhecido como O Sábio.

Foi contemporâneo do dramaturgo Ésquilo, do escultor Fídias, dos historiadores Heródoto e Tucídides, de Hipócrates o Pai da Medicina e de Péricles, o Pai da Democracia, ou seja, viveu numa época de grandes feitos culturais e de grandes homens.

A sua importância para a sociedade ateniense da época podia-se notar pelo fato de que homens muito poderosos e influentes (tais como Platão) tornaram-se seus discípulos ou admiradores. Todavia, de igual forma atraiu opositores e inimigos não menos influentes e poderosos.

Foi o primeiro expoente de uma corrente de pensamento que coloca o homem no centro de todas as preocupações, Esta corrente denomina-se humanismo.

Sócrates nada escreveu. Tudo o que temos a respeito de Sócrates nos foi transmitido principalmente por seus discípulos Xenofonte e Platão. Este último escreveu a maioria de suas obras em forma de diálogos, na maioria dos quais Sócrates aparece como personagem principal.

Além de Xenofonte e de Platão, Aristófanes escreveu uma comédia intitulada As Nuvens, onde ridicularizou a pessoa e a Filosofia de Sócrates.

Sócrates jamais foi um filósofo de gabinete. Sua Filosofia era produzida na praça pública. Os problemas por ele discutidos não eram fruto da ociosidade, mas diretamente ligados á realidade e ao cotidiano do povo de Atenas.

A IRONIA E A MAIÊUTICA

Só sei que nada sei e Conhece-te a ti mesmo são as duas frases mais famosas da Filosofia socrática e que expressam o sentido pelo qual orienta os objetivos do seu pensamento.

A Sócrates foi atribuída a invenção de dois métodos de elaboração do conhecimento. São eles a ironia e a maiêutica.

- A ironia

Quando ouvimos a palavra ironia, entendemos que se trata de algum tipo de atitude zombeteira. Porém, o sentido da palavra ironia na Filosofia socrática é conceitual, diferente do sentido coloquial.

A prática da ironia dava-se da seguinte forma: Sócrates levantava determinado tema para debate: o amor, a beleza, o poder, a verdade entre outros, e perguntava a seu interlocutor o que ele entendia sobre este mesmo tema, explorando e ampliando o significado de cada resposta obtida, apontando incoerência ou insuficiência lógica dos argumentos, exigindo mais pormenores e mais explicações, cada vez mais aprofundando o sentido do conceito, até que o interlocutor, ou desistia do debate, ou admitia que pouco ou nada conhecia sobre um tema que até então julgava-se conhecedor.

A ironia seria um método de investigação das ideias que consistia em encaminhar o pensamento em direção à essência das coisas, sem desviá-lo, evitando-se assim o falseamento das ideias. 

Na verdade, o que a ironia demonstra é que se discutem os meios para se atingir um objetivo, sem no entanto se ter clareza sobre o significado do próprio fim ao qual se almeja.

- A maiêutica

A maiêutica decorre da ironia. Uma vez que, no transcorrer do debate o sentido de cada conceito era explorado até o seu limite máximo, era chegado o momento de debater a essência do conceito em questão. Maiêutica significa parto das ideias, uma vez que Sócrates acreditava que os homens já nascem com o conhecimento, tal como ideias adormecidas no seu inconsciente, e cabe ao filósofo orientar um diálogo no sentido de fazer com que o seu interlocutor dê à luz tais ideias.

Assim sendo, o diálogo cumpre uma função de submeter o interlocutor a um experimento, do qual nasce o verdadeiro conhecimento.

Utilizando a ironia e a maiêutica Sócrates representava uma verdadeira ameaça para muitos homens poderosos que, seguros de suas verdades, muitas vezes impostas por uma tradição pouco questionada, sentiam-se irremediavelmente desmascarados na sua hipocrisia.

Neste sentido, Sócrates tornou-se o incômodo, o desajustado social, aquele que deixava muitos de seus interlocutores envergonhados e desmoralizados através de perguntas irrespondíveis, seja por incapacidade, seja por inconveniência. Por estes, Sócrates foi visto como aquele que vivia à procura de dificuldades e as criava para os outros.

Essas dificuldades das quais acusavam Sócrates de ser o seu criador seriam precisamente a busca da essência dos valores, tais como a inteligência, a justiça, a virtude entre outros, os quais serviam de ostentação para os homens de bem, sem que ninguém soubesse o seu verdadeiro sentido e significado, ou, se soubesse, seria prudente (por cautela ou por conveniência) permanecer calado.

Assim sendo, Sócrates tornou-se insuportável para muitos homens e grupos influentes na sociedade ateniense: o subversivo, o agitador.

Assim, precisavam encontrar um pretexto para combater Sócrates, que então foi acusado de desrespeitar os costumes e crenças religiosas dos atenienses (impiedade) e de exercer uma perversa influência sobre a juventude (corrupção). Desta forma os seus inimigos o levaram a um tribunal, com a intenção de adverti-lo e refreá-lo.

Por acreditar no valor de sua atividade filosófica e também na colaboração que ela poderia trazer para seus contemporâneos e sua posteridade, Sócrates, perante o tribunal, negou-se a aceitar as advertências e acusações que lhe dirigiam. Durante o seu julgamento, Sócrates foi hábil em destruir as frágeis e inverossímeis argumentações de seus acusadores, mas era fato que o tribunal estava predisposto a condená-lo. A intenção inicial era fazer com que Sócrates se retirasse da vida pública, silenciando-se, mas diante da irredutibilidade do filósofo, ele foi condenado à morte, a única forma de fazê-lo calar-se.

Forçado a ingerir uma taça de cicuta (espécie de veneno), Sócrates até o último momento de sua vida foi fiel às suas ideias. Sarcásticamente perguntou ao carcereiro que lhe entregou a dose de veneno se poderia oferecer um pouco aos deuses.

Sobre este processo que levou Sócrates à condenação, Platão escreveu um de seus mais famosos diálogos, Apologia de Sócrates (também conhecido como Defesa de Sócrates).