- O Pré-Socrátíco (entre os anos 700 e 450 a.C. aproximadamente).
Este período começa com o surgimento de Tales de Mileto, considerado o pai
de toda a Filosofia e Cultura Ocidental, e vai até o surgimento do famoso
Sócrates de Atenas, o mais legendário e simbólico de todos os filósofos.
- O Clássico (entre 450 e 300 a.C. aproximadamente).
É o mais importante período da Filosofia antiga. Nele se desenvolveram
teorias e obras muitíssimo estudadas em nossas universidades até os dias de hoje. Os principais filósofos deste período foram Sócrates de Atenas, Platão de
Atenas e Aristóteles de Estagira.
Cabe ressaltar que este período é considerado o mais importante da
Filosofia Antiga porque deu-se no apogeu da civilização grega, em particular na Atenas
democrática.
- O Alexandrino ou Helenistíco (entre 300 a.C. e 200 d.C. aproximadamente).
Neste período destacaram-se os sucessores de Platão e Aristóteles, e também
a Filosofia Estóica, a Epicurista e a Cética.
- O Greco-Romano (entre 200 e 530 d.C.).
Este período é caracterizado pelo surgimento da Filosofia cristã e a sua
fusão com a Filosofia grega. Nele se destacam os filósofos Sêneca, Plotino, Hermes
Trismegisto, Porfirio, Plutarco, Proclo e Simplício.
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A ESCOLA JÔNICA.
Fugindo das invasões dóricas, os gregos de Micenas refagiaram-se no oeste
da Ásia Menor, numa região denominada Jônia. Lá fundaram algumas cidades, dentre as
quais se destacou Mileto. O desenvolvimento do comércio e a abundância do ouro
fez com que lá surgissem grandes centros nos quais desenvolveu-se uma fértil
atividade cultural. Foi na Jônia que nasceu a Filosofia.
Além da sua Filosofia, na qual se discutia principalmente a questão da
mutabilidade da natureza, os Jônicos desenvolveram a Astronomia e a Matemática, em função
de conhecimentos adquiridos de contatos com povos do Oriente.
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TALES DE MILETO
Tales viveu entre os séculos VII e VI
a.C., e,
sobre a sua vida contam-se vários episódios.
Matemático e astrónomo, previu um eclipse solar que ocorreu no ano de 585
a.C.(?). Dizem que certa vez, distraído observando os astros, caiu num poço.
Enriqueceu devido às suas eximias habilidades de comerciante.
É considerado o "Pai da Filosofia e de toda a Cultura Ocidental".
Tales provavelmente nada escreveu. De sua Filosofia só restam os
comentários sobre a mesma, de autoria dos filósofos posteriores (doxografia).
A matemática secundarista nos ensina o famoso "Teorema de Tales".
Segundo os seus comentadores, Tales afirmava que na natureza existia um
único elemento primordial (a arché) a partir do qual tudo se origina; esta arché, para
Tales seria a água.
A água encontra-se presente em tudo. Em todos os organismos vivos existe a
umidade. Ao resfriar-se, a água se condensaria, dando origem à terra; ao aquecer-se
tornaria-se ar que retornaria á terra em forma de chuva. Deste ciclo surgiria a vida
animal e vegetal.
A própria Terra seria um disco que flutua sobre as águas.
Podemos perceber que as especulações pré-científicas de Tales parecem
insuficientes para explicar a origem do Universo, porém deve-se considerar que
Tales apenas iniciou uma busca que existe até hoje na construção do conhecimento.
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HERÁCLITO DE
ÉFESO
Heráclito viveu entre os anos de 536 e 470 a.C. na cidade de Éfeso, na
região da Jônia.
De sua vida só se
sabe que pertencia a uma família de aristocratas, e só não se tornou rei porque cedeu esta honra a seu irmão.
No período em que os persas dominaram Éfeso, o Imperador Dario I convidou
Heráclito para transmitir-lhe os seus conhecimentos, dos quais pouco entendeu.
Heráclito ficou
conhecido como "O Obscuro", pois escrevia de forma enigmática curtas frases (aforismos) de difícil entendimento.
Do seu livro "Sobre a Natureza", chegaram até nós pouquíssimos
fragmentos, sobre os quais ainda restam dúvidas sobre sua autenticidade. Fora
tais documentos,
existem os comentários doxográficos.
Segundo Heráclito, a physis é regulada por uma única lei universal imutável
- a lei do Logos - o princípio que se esconde por trás de todas coisas da natureza.
Segundo a lei do Logos nada permanece, nada é eterno, tudo está em constante transformação, constante movimento.
A arché de Heráclito é o fogo. O fogo nunca está parado, as chamas
estão em constante movimento. O fogo a tudo destrói; por um movimento
descendente (condensação), as coisas afetadas pelo fogo tornam-se terra; por um
movimento ascendente (rarefação) tomam-se ar; pela condensação do ar surge a
agua que se evapora em contato com o fogo.
Na natureza nada é, tudo é um eterno fluir, um "vir-a-ser".
Heráclito formulou também a teoria da "Harmonia dos Contrários",
a qual diz que o constante movimento das coisas se dá através de um combate das forças
naturais contrárias entre si, um combate harmónico no qual se configura a lei do
Logos.
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A ESCOLA ELEATA.
No século VI a.C., os persas
invadiram a Jônia. Fugindo dos persas, os Jônios da Foécia (ao norte de Mileto)
fundaram a cidade de Eléia no sul da Itália.
Ao contrário da escola Jónica cujos filósofos afirmavam que a natureza é um
imenso conjunto
de forças contrarias em constante combate, os filósofos Eleatas afirmavam que é
impossível
que a natureza pudesse formar uma unidade através de forças contrárias, sendo
absurda a transformação constante.
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PARMÊNIDES DE ELÉIA.
Parmênides viveu entre os anos de 515 e 440 a.C.
Além de filósofo foi um grande político. Provavelmente teve contato com a
seita dos Pitagóricos, cuja doutrina combateu posteriormente.
Escreveu um poema cujo titulo é “Sobre a Natureza”, onde expõe os princípios de sua
Filosofia.
Algo que estaria em constante mudança seria algo contraditório consigo
mesmo, não podendo portanto existir na natureza algo assim.
Tudo o que existe na natureza é único, eterno e imutável, sem variações.
Ao contrário das afirmações dos Jónicos, Parmênides negava o
"vir-a-ser" de Heráclito, afirmando que "o ser é, e o não-ser não é;
nada que não é ser jamais pode vir-a-ser", ou seja, na natureza nada muda,
tudo é eterno, tudo permanece. Parmênides compara a natureza a uma esfera, que é uma
totalidade completa em si própria na qual todas as partes equilibradamente
possuem igual distância de seu centro.
Este pensamento, difícil de ser compreendido, lançou as bases da Metafísica
(meta - além e physis- natureza). A metafísica seria então a parte abstrata
das coisas, a sua essência, a qual não pode existir materialmente mas só em espirito
(pensamento).
Ao contrário dos Jônicos que buscavam a arché que é um elemento material no
qual estaria a origem da natureza, Parmênides não procurava este princípio na matéria.
Por isto é considerado o primeiro metafísico da história da Filosofia.
O ser para Parmênides seria o próprio pensamento. Ser e pensar seria a
mesma coisa. Além de estabelecer as bases da metafísica, Parmênides, ao estabelecer o
"princípio de identidade" entre ser e pensamento, estabeleceu as bases da Lógica.
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OUTROS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS.
Não menos importantes que os filósofos descritos anteriormente, existiram
outros grandes expoentes da Filosofia no período Pré-Socrático que foram:
ANAXIMANDRO DE MELETO (610 - 547 a.C.) - Jônico, sua arché seria o ápeiron - o indeterminado.
ANAXÍMENES DE MILETO (585 - 528(5) a.C.) - Também jônico, defendia que a
arché seria
o ar.
PITÁGORAS DE SAMOS (580(78) - 497(6) a.C.) - A ele é atribuída a invenção
da palavra Filosofia, amante da sabedoria. A escola por ele fundada (a
Pitagórica) assumiu
características de seita mística secreta. A ele é atribuída a elaboração do
famoso "Teorema de Pitágoras".
A Escola Pitagórica é uma das mais importantes de toda a história da
Filosofia.
Para os Pitagóricos, o número seria a essência do todo existente.
ANAXÁGORAS DE CLAZÔMENAS (500 - 428 a.C.) - Afirmava que o voua (nous -espírito ou
inteligência) é a origem do movimento e da pluralidade, sendo a natureza
composta não por uma arché, ou por quatro elementos, mas por incontáveis elementos.
DEMÓCRITO DE ABDERA (460 - 370 a.C.) - Desenvolveu a teoria atomista, que é
fundamental
até os dias de hoje para a química. Nela afirmava que a matéria é composta por infinitas partículas
não divisíveis, e que tais partículas chamavam-se aiofioo (átomos -indivisíveis).
LEUCIPO DE MILETO (500 - ? a.C.) - Mestre de Demócrito, lançou as bases da
teoria atomista.
MELISSO DE SAMOS (444(1) - ? a.C.) - Foi defensor das teorias eleáticas.
FILOLAU DE CROTONA (séc. V a.C.) - Um dos maiores pitagóricos, foi mestre
de Demócrito
e Arquitas. studou a matemática acima de tudo, concebendo a entidade abstraía da
matemática - o numero - como a chave de explicação do Universo.
ZENON DE ELÉIA (504(1) - ? a.C.) - Discípulo de Parmênides, formulou o
curioso paradoxo de "Aquiles e a Tartaruga", pelo qual nega as teorias
jónicas do movimento constante da natureza.
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO (490 - 435 a.C.) - Procurou fazer uma fusão das
teorias jônicas com as eleáticas. Segundo Empédocles, a natureza é composta por
quatro elementos: água, ar, terra e fogo, sendo o ser eterno e indivisível, mas
não imóvel.
ARQUITAS DE TARENTO (400 - 365 a.C.) - Grande pitagórico, acredita-se ter
sido o fundador
da mecânica cientifica. Foi amigo de Platão.
XENÓFANES DE COLOFÃO (570 - 528 a.C.) - Viveu em diversas cidades gregas, e
parece
ter tido afinidade com as teorias eleatas, o que é duvidoso. Foi crítico de
Tales e de Pitágoras.
Por Douglas Gregorio.
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