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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Resumo de aula - NOVA ORDEM MUNDIAL E SUBDESENVOLVIMENTO (3ºs anos).

A antiga ordem mundial tratou-se do ciclo iniciado com o final da Segunda Guerra Mundial na década de 40, e durou até o final da década de 80, com a queda do Muro de Berlim em 1989.
De um lado tínhamos os países de economia de mercado, ou seja, os países capitalistas, liderados pelos Estados Unidos.
De outro lado tínhamos os países de economia planificada, ou seja, os países socialistas, liderados pela extinta União Soviética.
Uma ordem BIPOLAR portanto, onde dois impérios, duas ideologias, duas superpotências disputavam a hegemonia internacional.
A nova ordem mundial surgiu com a falência dos regimes socialistas e a dissolução da União Soviética.
Uma vez que não há mais dois projetos em contenda – o socialismo contra o capitalismo – percebeu-se que o mundo assumiu um formato praticamente único, adotando a economia de mercado.
Com a globalização do capitalismo financeiro, os mercados mundiais adquiriram uma dinâmica tal que, para se evitar uma “guerra de todos contra todos”, países circunvizinhos alinhados economicamente passaram a fundir processos econômicos e sociais, criando assim blocos unificados regionais com o objetivo de unir forças e ampliar hegemonia no mercado internacional, bem como precaver-se da concorrência de outros mercados.
Assim, considerando os processos mais adiantados, podemos citar que a nova ordem mundial se caracteriza por uma MULTIPOLARIDADE de blocos regionais, a citar alguns principais, o NAFTA na América do Norte, o MERCOSUL na América do Sul, a União Européia – EU; a APEC com os países do Pacífico, entre outros.
Porém, a nova ordem mundial ainda convive com uma outra antiga divisão de países em torno do mundo: países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
SUBDESENVOLVIMENTO: estado de um órgão ou organização que ainda não alcançou maturidade (wikipédia).
Subdesenvolvimento definitivamente não é uma situação de ausência de desenvolvimento, mas precisamente, políticas de desenvolvimento mal conduzidas, mal administradas, ou simplesmente, políticas de pseudo-desenvolvimento chamado de DESENVOLVIMENTISMO.
Um exemplo de política desenvolvimentista foi o processo de industrialização do Brasil que ocorreu a partir do governo Juscelino Kubstchek nos anos 50.
Com o lema “cinquenta anos em cinco”, JK abriu o Brasil para que grandes empresas aqui se instalassem, principalmente montadoras de automóveis.
As exigências foram: proximidade do Porto de Santos para favorecer a exportação e o incentivo ao transporte rodoviário no Brasil para gerar mercado consumidor interno.
Surgiu assim o maior pólo industrial do Brasil na região do ABC Paulista, a construção da Via Anchieta ligando a região ao Porto de Santos, e milhões de empregos diretos e indiretos foram criados, bem como significativo impulso de desenvolvimento no eixo RIO-SP foi percebido. Ótimo.
Porém, não se calculou que a concentração destas empresas numa única região agravaria ainda mais as desigualdades regionais no Brasil, além do que a região da grande SP não estava preparada para este desenvolvimento repentino, não possuía infraestrutura habitacional suficiente para abrigar a explosão populacional que seria provocada em se pensando nas desigualdades regionais e com a inevitável atratividade migratória que a região adquiriria.
O resultado foi: crescimento desordenado da grande SP com reflexos em todo o eixo Rio-SP, com a ampliação das favelas, das invasões às áreas de preservação ambiental, a deterioração das áreas urbanas com o aumento da mendicância e da criminalidade.
Além disso a adoção da matriz rodoviária no sistema de transporte brasileiro ignorou uma tendência mundial de investimento na matriz FERROVIÁRIA, muito mais eficiente e muito menos custosa.
OS MITOS DO DESENVOLVIMENTO – para se explicar o porque certas regiões do planeta são mais desenvolvidas que outras, muitos mitos ideológicos foram criados, todos eles com explicações não lógicas, insuficientes e até ridículas para se explicar o fenômeno.
Um deles é a TEORIA DO CARVÃO, surgida na Inglaterra que diz que os países que investiram no século XIX na exploração do carvão mineral industrializaram-se mais rápido, e, por conseguinte, enriqueceram e se desenvolveram. Sem fundamento, criada para justificar a política imperialista britânica na primeira metade do século XX.
Outro é o MITO DA SUPERIORIDADE RACIAL, que diz que os arianos germânicos e anglo-saxônicos (altos, loiros e de olhos azuis) constituem o biotipo mais puro e forte da espécie humana, e por isso possui características intelectuais que lhes permite sobressair-se perante as demais raças, subjugando-as.
Este mito dispensa maiores explicações por sua ridicularidade e também porque sabemos o quanto de sofrimento estas idéias já provocaram à humanidade.
Há o MITO DO TROPICALISMO que prega que a natural exuberância e beleza natural dos países tropicais gera uma falsa idéia de abundância de recursos além de induzir à uma cultura da preguiça, enquanto o rigor dos invernos temperados gerou nos povos destas regiões uma cultura do trabalho imposta pelas naturais dificuldades de sobrevivência. Outra teoria ridícula que deriva das teorias racistas.
Enfim, há o MITO DA COLONIZAÇÃO BRITÂNICA, que prega que países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia tornaram-se desenvolvidos devido à herança cultural deixada pelos britânicos que os colonizaram em meados dos séculos XVI e XVII, em contraste com a América do Sul e países africanos colonizados pelos Ibéricos na mesma época, e que hoje são subdesenvolvidos.
Esta teoria é tão ingênua, ou mesmo tendenciosa, que ignora ou camufla a realidade dos diversos países, hoje subdesenvolvidos, também colonizados pelos britânicos, como a Índia, a Nigéria, e várias colônias britânicas da Ásia, Oceania e África.
Na verdade, a diferença dá-se entre colônias de ocupação, as que hoje são países desenvolvidos justamente porque os colonos que lá se instalaram o fizeram com o objetivo de construírem um novo lar, e as colônias de exploração, cujo processo visava somente extorquir as riquezas e outros recursos destas colônias. Aliás, neste sentido, os britânicos comprovaram ser mais eficientes que os ibéricos.

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